Brigando Com o Arroz: Unidos Venceremos ou Separados Perderemos?

Você sabe preparar um arrozinho básico? Quem sabe cozinhar com certeza vai dizer: claro, é fácil. Mas eu lhe digo, fácil para quem sabe. Resolvi fazer um jantar pela primeira vez na vida e comecei pelo arroz. Quer saber o resultado desta catástrofe e rir um pouco?  Então veja...

DECIDINDO O QUE FAZER

Pedi algumas instruções (que tive o cuidado de anotar) para minha mãe e ela me orientou no sentido de que, como era a primeira vez que iria cozinhar, não me meter a besta e fazer uma coisa simples.

Então resolvi fazer apenas Arroz, Bife e Salada de Batata. Ouvi atentamente as instruções básicas e pensei: não tem como errar. Então lá fui eu.

Entrei na cozinha, e deixei por perto uma tampa e um pano de prato. Depois do trauma com o ovo frito, ninguém mais iria me pegar desprevenida.

A primeira pergunta foi: começo por qual? Não fazia a menor idéia do tempo que leva a preparação de nenhum deles, acabei optando pelo Arroz.

COMEÇAM AS DÚVIDAS

Então fui consultar as anotações. Panela, um pouquinho de óleo. Pouquinho? O que significa um Pouquinho? Uma colher de sopa? De chá? De café? Começamos bem – pensei. Coloquei o óleo direto na panela e usei a minha noção de Pouquinho, no olho.

Então prossegui. Uma xícara de arroz por duas de água. O que vai primeiro? Aí vi que tinha que fritar o arroz e me decidi por ele. Quanto tempo de fritura? Nada tinha sido informado. Como graças ao ovo frito eu já sabia que fritar demais deixa tudo preto, esperei um pouquinho e coloquei a água.

O SUSTO

Fez um barulho tão forte que rapidamente peguei a tampa da panela para servir de escudo. Pensei que ia ser atacada novamente. Mas foi alarme falso. Ele logo silenciou. Olhei o papel. Sal a gosto.

Sal a gosto? De quem? Quando eu como sei muito bem se uma comida está salgada ou sem sal. Mas cozinhando? Nem idéia da quantidade. Lembrei que tinha visto minha mãe experimentar com uma colher a comida quando estava sendo preparada.

TESTANDO...

Resolvi imitar. Coloquei o sal, e experimentei! Quase devolvi tudo na mesma hora! Cheguei a ficar tonta! Você já tomou alguma vez uma colher de sopa cheia de água salgada quente misturada com óleo, tudo num gole só? Não?

Então aconselho a jamais fazer isso. Óleo de Rícino deve ser uma delícia perto disso. Ah, era para provar só um pouquinho? Obrigada por ter me avisado. O resultado é que fiquei sem saber se estava bom de sal ou não. Só consegui perceber o gosto ruim. Vai assim mesmo, pensei.

ATÉ FICAR PRONTO?

Li meu papelzinho de novo. Esperar levantar fervura e cozinhar em fogo baixo com a panela tampada até ficar pronto. Até ficar pronto? E eu que sei quando isso vai acontecer? Nenhuma pista, tipo 3 minutos, 3 horas, 3 dias, 3 anos?

Enquanto estava nesse diálogo comigo mesma, a coisa ferveu. Tampei (é tampei ou tapei?) a panela e baixei o fogo. Não gostei do resultado. Não me pareceu que o fogo baixou muito.

Então percebi que começou a derramar água da panela, ameaçando apagar o fogo. Destampei. A água baixou. E agora? – pensei. Pelo que entendi, tem que cozinhar tampada. Coloquei a tampa novamente, mas não vedei totalmente, deixei uma pequena abertura.

E sentei para esperar. Estava exausta. De vez em quando ia espiar. A água foi secando. Experimentei um pouquinho. Cru. Decidi colocar mais água. Mais espera. Olhei de novo. No meio parecia bom, mas em volta, principalmente no lugar da abertura, ainda parecia cru.

CHEGA!!!

E ameaçando ficar preto. Coloquei mais azeite. E mais água. Nova espiada. Tudo muito estranho. E quer mesmo ficar preto. Chega! – pensei. Desliguei.

Servi um pouco num prato e deixei esfriar. Então fui provar. Uma delícia! Sem sal, gosto de óleo, uma parte crua e a outra no melhor estilo “unidos venceremos”. Se atirasse na parede ficaria grudado, não tive dúvida.

Resultado Final: Intragável, direto para o lixo.

E você, lembra a primeira vez que tentou preparar um Arrozinho Básico?