Voluntários – Essas Pessoas Especiais

Eu sempre quis ser voluntária. Nunca consegui. As minhas desculpas são as mesmas da maioria, falta de tempo, muitos compromissos, muitas preocupações, etc. Por isso resolvi fazer este pequeno texto em homenagem a estas pessoas iluminadas, cuja vida é um exemplo a ser seguido e cujas ações valem mais do que mil palavras.

Os voluntários estão por toda parte. Nos hospitais, nos asilos, nos orfanatos, nas prisões, onde quer que alguém esteja precisando deles.

São encontrados em todos os lugares do mundo, incansáveis, anônimos, laboriosos, fazendo a sua parte na construção de um mundo melhor.

São de todas as raças e religiões, e estão aqui cumprindo uma sublime missão: levar consolo e esperança a todos aqueles que se encontram à margem do caminho, sem arrimo e sem guarida.

O verdadeiro voluntário não está em busca de reconhecimentos e glórias mundanas. Está acima disso. Só aparece para divulgar a causa pela qual luta, com o justo objetivo de angariar recursos e pessoas, e expandir sua atuação.

Ele não precisa de elogios, pois recebe todos os dias a mais doce das recompensas, através do sorriso desdentado da velhinha do asilo que lhe chama de netinho, com os olhos cheios da mais pura gratidão. Ou através do órfão que lhe chama de paizinho, com os olhos brilhando de confiança e ternura.

Eu tive o privilégio de poder chamar de amigo, algumas pessoas que atuavam como voluntários.

Um deles chegava a ser rude no trato diário com as pessoas, mas quando chegava perto dos seus protegidos, sofria a mais completa transformação.

Era de uma doçura ímpar, uma paciência inesgotável, digno representante do amor desinteressado, que não espera nem deseja,qualquer tipo de retorno por suas ações.

Outro que conheci era a mais afável criatura que se possa imaginar. Inventei de elogiar o trabalho, uma vez.

A reação dele foi me mandar para um lugar tão longe, que lembro que fiquei chocada. Jamais imaginei que uma pessoa tão delicada soubesse um palavrão tão feio.

Ambos eram tão ocupados em suas atividades profissionais e pessoais, que foi com enorme surpresa que fiquei sabendo, quase que por acaso, que ainda arrumavam tempo para serem voluntários. E vi todas as minhas desculpas caírem por terra.

Quem sabe um dia, caso eu consiga me tornar menos egoísta e menos preguiçosa, eu possa seguir o exemplo destes amigos e tranformar minhas palavras em atos efetivos de solidariedade e amor.

Encerro esta pequena homenagem reiterando minha eterna admiração a esses missionários do bem, e agradecendo do fundo do coração por suas nobres atitudes, que nos ajudam a manter a fé na natureza humana.