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10 de dezembro de 2009

Religiosidade - Como Faz Bem ao Coração...

Sou uma admiradora da maioria das religiões, principalmente naqueles pontos que elas têm em comum: ligação com o Criador, amor ao próximo, caridade. Tenho grandes amigos, católicos, evangélicos, espíritas, praticantes ou não. Conheci Pastores, Padres, Dirigentes Espíritas, todos extremamente abnegados que eram exemplos vivos daquilo que pregavam e dos quais me tornei admiradora. Já assisti missas, participei de cultos evangélicos, compareci a reuniões espíritas Kardecistas.

Em todas as oportunidades, pude me afastar um pouco das batalhas do dia-a-dia, aliviar o coração e me sentir mais próxima de Deus. E embora não seja “filiada” a nenhuma Igreja específica, me considero basicamente cristã.

Com todos os defeitos que possuo (e são inúmeros), meu coração está repleto da doce figura de Jesus, aquele Cristo misericordioso e compassivo. Ele significa para mim, sem a menor sombra de dúvida, o grande exemplo a ser seguido.

Muitas vezes, tento me colocar no lugar dos ateus. Embora respeite as escolhas dos meus semelhantes, não consigo deixar de imaginar que escolha difícil deve ser esta.

Pois se é verdade que a Religião não afasta a “Cruz” de ninguém, também é verdade que ela torna o fardo mais leve. E traz um conforto imenso, que só quem o tem, compreende o que estou falando.

Não sou nenhuma especialista em religião e nem tenho esta pretensão. Mas confesso que tenho uma enorme simpatia pela Doutrina Espírita, principalmente no que se refere à tese da “reencarnação”. Falei tese? Falei.

Ainda não encontrei nada que me desse uma resposta plenamente satisfatória com relação ao eterno questionamento humano: “De onde eu vim? Quem eu sou? Para onde eu vou?”

Sou apenas uma modesta observadora da Vida. E esta observação diária tem me revelado que somos seres em evolução. Temos livre-arbítrio. Fazemos escolhas o tempo todo e estas escolhas trazem conseqüências. Uma ação gera uma reação. Plantamos vento, colhemos tempestade. Plantamos flores, acabamos construindo um jardim.

Repetimos várias vezes o mesmo método equivocado e recebemos em troca o mesmo resultado indesejado. Mas aos poucos, vamos alargando nossa consciência, nos tornando pessoas melhores. Aos “trancos e barrancos” vamos aprendendo.

Não compartilho, embora respeite, a crença que muitos têm de que as oportunidades não se repetem. A Vida é generosa, nos permite rever nossos atos a qualquer tempo. Reconstruir aquilo que destruímos. Nós é que somos teimosos e insistimos nos velhos erros e acabamos dificultando nosso próprio aprendizado.

Não posso conceber a idéia de “Danação Eterna” nem a de “Paraíso Eterno”. Não consigo imaginar que alguém possa ser feliz no Paraíso, deixando aqueles a quem ama para trás. Que felicidade egoísta seria esta?

O próprio Jesus não desceu ao pântano das nossas misérias e fraquezas com o amoroso objetivo de iluminar nossas mentes e corações e nos mostrar o caminho, mesmo correndo o risco de acabar preso à Cruz da nossa ignorância?

O Céu me parece um lugar meio ermo. Tenho tido o privilégio de conhecer pessoas “pra lá” de maravilhosas, mas não conheço nenhuma que seja perfeita e que tenha todas as credenciais necessárias para concorrer a uma vaga por lá.

Como todos podem perceber sou dada a reflexões e questionamentos. Quem sabe algum dia, em algum lugar, as respostas apareçam...

20 comentários:

  1. A resposta está em nós mesmos. Basta saber como encontrá-la sem nos preocuparmos com o rótulo que se dê à crença que cada um de nós tem dentro de si mesmo. "Conhecereis a Verdade e ela vos libertará"

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  2. Denize

    Parafraseando Milton Nascimento : "Certos textos que leio, cabem tão dentro de mim, que perguntar carece, como não fui eu que fiz ?"

    Não tenho que tirar nem por uma linha sequer no seu texto, concordo plenamente.

    Um abraço.

    Nelson

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  3. Ola Denise
    Adorei seu texto pois você é muito sincera e a exposição de seus ideais é muito honesta. Quanto atingimos um certo grau de maturidade começamos a " enxergar " as verdades da vida e de nossa religiosidade. É muito natural. O seu caminho esta perfeito e é só seguir o seu coração. Quanto ao " O Céu me parece um lugar meio ermo " não se preocupe pois o céu não é um lugar mas sim o nosso estado espiritual.
    Um grande beijo e muita luz a você e familia

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  4. Tenho muito a dizer sobre isso...Bem, ao meu ver a religiosidade só faz bem a nível individual, quando é praticado em grupo começa a se formar dogmas e eles tentem a ser repassados adiante. O que acontece quando vários dogmas se chocam? Conflitos! E são vários! Guerras inúteis, que vão de debates acalorados até mortes, inúmeras mortes! Você disse: "tento me colocar no lugar dos ateus. Embora respeite as escolhas dos meus semelhantes, não consigo deixar de imaginar que escolha difícil deve ser esta. Pois se é verdade que a Religião não afasta a “Cruz” de ninguém, também é verdade que ela torna o fardo mais leve. E traz um conforto imenso, que só quem o tem, compreende o que estou falando.". Discordo desse discurso nesses pontos e falarei do fim para o início: 1 - A religião não conforta por muito tempo. Quando você segue uma norma religiosa você se pega em contradições diárias (afinal, quem segue aquilo ao pé da letra hoje em dia? Existe tal pessoa?) e acaba ficando angustiado por estar "errando" sendo que muitas vezes você só está seguindo sua vontade. 2 - Ser ateu implica principalmente em duas atitudes: não crêr em nada acima do homem; você é responsável por suas escolhas. Quando excluo "Deus" do processo de responsabilidade por infortúnios e alegrias na minha vida já não me sinto vazio colocando a culpa em algo metafísico e, eu sei que se eu for roubado, se meu filho nasce com saúde, se meu time do coração venceu foram todos escolhas tomadas por mim ou pelas pessoas que estavam executando essas ações. Ser ateu implica viver o "carpe diem", ou seja, aproveite o momento. Se preocupar com a pós vida é perda de tempo e ganho em dor de cabeça. Você só faz boas ações não porque são boas em si mesmas, mas inconscientemente querendo uma recompensa (normalmente pós vida). Não creio em pós vida e por isso aproveito muito mais minha vida. Se a morte é a não consciência, qual o melhor o momento de aproveitá-la se não agora? Estou vivo, já é o bastante! Religião traz conforto para as pessoas fracas. Se as pessoas por um momento pensassem que não existe pós vida, elas entrariam em pânico, ficariam eufóricas e suas vidas perderiam sentido (por que é muito fácil culpar tudo no além, viver o hoje é sempre mais difícil, entretanto, mais gratificante). A religião nesse sentido só serve para consolar as pessoas de pouco perspectiva social e baixo capacidade de autenticidade de vida. E se me perguntam o seguinte, vamos supor que "deus" existe e que você morreu sem crer, e logo após a morte descobrir que estava errado, o que você fará? Resposta simples: "deus não disse que temos livre arbítrio? escolhi não crer, o que não implica que fui uma má pessoa. E mesmo assim se és tão perfeito porque precisas de mim? Para venerar-ti?". Muitos pensam que ser Ateu é ser anarquista, sem valores. O que não é verdade. Tenho valores, alguns de origem cristã, afinal, a sociedade em que nasci é regida por eles, mas enquanto muitos desejam no se inconsciente a pós vida, eu penso no hoje, nas relações pessoais e nos benefícios que me trarão. O ser humano só tem recordações do passado, vive o presente, e sonha na possibilidade de um futuro. Dizem que "o futuro a deus pertence" porque as pessoas tem medo de pensarem em tragédias no futuro e se confortam, se iludem conscientemente para poderem viver suas vidas inautenticas. Bom, escrevi demais. Qualquer coisa entra em contato, abraço.

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  5. Saudações!
    Amiga Denize,
    Excelente Post!
    Gostei muito da sua sinceridade, e especial de sua humildade... Um texto magnífico... Valeu à pena conferir!
    “Às vezes, a revelação divina significa simplesmente adaptar seu cérebro para escutar o que seu coração já sabe.” Dan Brown.
    Parabéns pelo lindo texto!
    Parabéns pelo Post!
    Abraços fraternos,
    LISON.

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  6. Querida amiga!
    Se vc crê em Deus, suas respostas estão na Bíblia. Ela nos ensina que Deus fez o homem a sua imagem e semelhança,e nós estavamos com Deus como seres espirituais antes de nascermos. Veja Jó 38:4-7 - Jó, depois de tanto sofrer, não amaldiçoou a Deus mas questionou sua sabedoria, ao que Êle lhe apareceu num redemoinho e lhe perguntou: "Se tens sabedoria....me responda: onde estavas tú quando Eu fundava a Terra...e todos os filhos de Deus rejubilavam?" Ou seja, nós todos filhos de Deus vimos essa Terra ser criada para nós habitarmos, e ficamos felizes com isso. E um dia vamos voltar a presença de Deus, se fizermos por merecer. Cada um será julgado de acordo com seu merecimento, e terá um lugar para viver juntamente com outros, de merecimento igual. E nessa Terra, só se vive uma vez, como bem ensinou o Apóstolo Paulo. Repetir de ano, só nas péssimas escolas brasileiras. A vida é um aprendizado único, e sua recompensa única também. Abraços, Nelson

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  7. Denize. De acordo o Êxodo, o 2º livro da bíblia, quando YHWH, o Senhor, chama a Moisés para a missão de libertar o povo hebreu do cativeiro egípcio, ele apresentou diante Dele dúvidas e questionamentos bem próximos aos que todos nós temos...foi assim que a humanidade cresceu e é assim que encontramos com Ele. O Caminho do céu até pode ser conduzido pela fé; mas é descoberto pela dúvida. - Paulo Antonio -pauloantonio10@gmail.com

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  8. Olá...
    A paz!!!

    Muito bom o teu blog, conheci em uma das minhas visitas pelo Dihitt.

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  9. Denize, nos ultimos anos cheguei a conclusão que o inferno é aqui mesmo, onde vamos ajustando contas. Ao menos, as piores pessoas. Talvez seja muito simbólico, mas felizmente diferente do que me ensinaram quando mais jovem. Aqui tambem passamos por provações, boas ou não.
    Quem sou, para onde vou, etc... espero que eu deixe uma boa lembrança, deixe saudades... e se realmente puder voltar, que ainda seja melhor e mais feliz.

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  10. Denize,

    Penso que todas as respostas estão em nós. Sejamos ou não crentes. A ideia de que a intimidade espiritual de cada um tem que ter um nome: cristã, budista, espírita ou outro é um dogma. A espiritualidade não tem que ter necessariamente uma imagem associada, para que uma pessoa seja feliz com ela.

    Muito bem o teu texto!

    Beijos
    Luísa

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  11. Oi Erick! Não duvido que as respostas estejam dentro de nós mesmos. Algumas respostas o coração já percebe... Abs Denize

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  12. Oi Professor! Gostei muito da substituição de "certas canções que ouço" por "certos textos que leio". Ficou ótimo! Fico feliz que tenha gostado do texto. Abs Denize

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  13. Oi Edegard, obrigada por seu comentário! E a idéia que você colocou, que o céu é um estado espiritual, isso eu posso conceber tranquilamente. Um grande abraço! Denize

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  14. Ola Hugo, esqueci de dizer no texto que também conheço ateus que são excelentes pessoas, corretas e dignas.

    Achei muito interessante seu comentário embora discorde da sua visão em alguns pontos.

    Não penso que a Religiosidade, quando praticada em conjunto, gera conflitos e mortes. Para mim, isso acontece quando as pessoas se juntam e algumas não respeitam a diversidade de opinião, querem sempre impor as suas, ou querem impor seus interesses acima dos interesses dos demais, inclusive utilizando a força. Nestes casos os conflitos são praticamente inevitáveis.

    Sentir a religiosidade dentro de si, não significa necessariamente seguir normas. Para mim pessoalmente, significa apenas me ligar ao que acredito ser a força que dirige a Vida. Esta visão se baseia em duas premissas: a observação racional da Vida e uma sensação forte de que existe mais coisas no Universo do que conseguimos perceber ou entender. Como eu disse, para quem não tem isso, seja porque não sente ou porque escolheu não se permitir sentir, com certeza não entenderá sobre o que estou falando, e isso é bastante compreensível.

    Uma outra diferença de opinião que temos: você diz, não creio em pós-vida e por isso aproveito muito mais a minha vida. Pois eu lhe digo a mesma coisa: eu creio em pós vida e por isso aproveito muito mais minha vida. Minha vida passa a ter um sentido mais amplo, mas ao contrário do que você pensa, eu não acredito que isso me isente de responsabilidades no aqui e agora.

    Neste ponto, pensamos da mesma forma, esta oportunidade é única e temos que aprovetá-la muito bem, porque vai acabar em algum momento.

    Mais uma coisa, não tento praticar o bem porque espero recompensas futuras. Tento fazer isso, porque me traz um bem-estar enorme, sabe quando? Agora mesmo!

    Também devo discordar quando você diz que uma pessoa religiosa é fraca, tem pouca perspectiva social e baixa capacidade de autenticidade de vida. Conheci pessoas de excelente nível social e intelectual cuja religiosidade saltava aos olhas e possuidoras de uma humildade ímpar. Sem falar em artistas extremamente religiosos cujas obras são puras expressões das suas autenticidades.

    No mais, penso como você, se você é uma pessoa íntegra, cultiva valores do Bem, mesmo que eu esteja certa, sua vida não foi em vão. Você terá tido uma vida útil e proveitosa, terá melhorado como pessoa e estará em perfeitas condições de continuar seu aprendizado com uma ótima base.

    Reitero o que disse no começo, seu comentário é muito interessante e me fez refletir bastante!

    Grande abraço e obrigada por comentar aqui.

    Denize

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  15. Obrigada, Lison! Eu adorei esta frase do Dan Brown que você trouxe para nós. Não conhecia. Penso dessa forma também. Grande abraço, amigo! Denize

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  16. Prezado Nelson

    Obrigada por comentar aqui. Não tenho a mesma interpretação da Bíblia que você, mas respeito muitíssimo a sua opinião e as suas crenças.

    Grande Abraço!

    Denize

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  17. Muito Interessante seu comentário, Paulo!

    Obrigada por trazer sua opinião aqui e participar conosco.

    Abs

    Denize

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  18. Oi Wagner!

    Obrigada pelo elogio! Seja sempre bem-vindo aqui!

    Abs Denize

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  19. u também concordo, Sissym, que céu e inferno tem muito a ver com estado de espírito. Os retornos ao nossos atos acabam nos levando a um estado ou outro.

    E também penso que independente do que possa ocorrer do outro lado do muro, o importante é o aqui e agora, ou seja, esta abençoada oportunidade de aprendizado não pode de maneira alguma ser desperdiçada.

    Bjs Denize

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  20. Também penso como você, Luísa. A religiosidade de cada um é uma escolha particular e íntima, e necessariamente não precisa estar associada a uma crença específica, embora possa estar.

    Mas entendo que as pessoas gostem de se reunir e partilhar sua fé com outras pessoas.

    Eu já participei, várias vezes, de orações em conjunto, elas geram uma energia maravilhosa, e me senti muito bem.

    Bjs Denize

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