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29 de dezembro de 2009

Que Fim Levou Nossa Compaixão?

Acredito que não devemos jamais compactuar com o erro. Mas acredito também que humilhar o nosso semelhante que errou como se jamais tivéssemos errado na vida, não faz o menor sentido. Entendo que senso de justiça sem compaixão não resulta em justiça, apenas se transfoma em crueldade. Essa crueldade salta aos olhos, quando ouvimos alguém gritar aos quatro cantos do mundo as fraquezas e dificuldades que encontra nos outros.

Com que propósito? Talvez para que não tenha que olhar para dentro de si mesmo e encarar os seus próprios defeitos.

Com que facilidade nos arvoramos em juízes alheios, Meu Deus! Saímos julgando pelo mundo afora distribuindo pareceres e sentenças, como se não fôssemos nós próprios, tão necessitados de compreensão, compaixão e principalmente de perdão.

Já vivi o suficiente para ter aprendido que com o mesmo rigor com que julgamos, com certeza seremos julgados. E provavelmente poucos serão aqueles que se levantarão para nos apoiar.


Ninguém erra de propósito. Não conheço ninguém que diga: - eu vou lá agora e vou errar. Todos queremos acertar e tentamos sempre fazer o nosso melhor. Mas somos apenas seres humanos falíveis.


E então erramos. Muitas vezes. Até aprendermos o certo. E quando erramos, precisamos ter a coragem e a humildade pra assumirmos nossos erros, e repará-los o mais rápido possível.

Embora não veja Deus como Juiz, não sei porque em determinadas ocasiões surge essa frase na inha mente:


"Um dia, juízes e réus irão prestar conta ao mais Compassivo de Todos os Juízes, e quem poderá dizer qual deles será o mais necessitado de compaixão e perdão?"


Ou seja, se porventura fossemos julgados por alguém que conhece a fundo nossas fraquezas e defeitos, acredito que o veredito poderia nos surpreender...

Desculpem. Isso foi apenas um desabafo e se refere às vezes em que me comportei como Julgadora sem compaixão dos meus semelhantes.


Talvez algum dia possamos aprender a elogiar com a mesma veemência com a qual criticamos.

18 comentários:

  1. Vejo que a dificuldade de aceitar críticas ou ouvir julgamentos de terceiros sobre nossos atos é imensa.

    Às vezes minha filha, exemplificando, prefere cortar a conversa do que ouvir algo que seu interior sabe ser necessário, mas não quer aceitar.

    Assim é o Ser Humano e não há o porquê pedir desculpas. Faz parte de nossas imperfeições tais atitudes.

    Claro que determinadas pessoas usam dessa premissa para mostrar-se superior, aí esse comportamento adquire uma conotação mesquinha.

    Um beijo e tudo de bom nesse iniciar do novo...
    do tudo novo...

    Te adoro e sou grata a Deus por ter te conhecido.

    Maria Souza - Porto Alegre - RS

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  2. Gostei do texto, concordo plenamente.

    Procuramos sempre achar falhas nos outras, procuramos sempre criticar mais do que elogiar.

    Elogio é uma dificuldade para sair de nossas bocas, agora quando é para criticar alguém estamos sempre de prontidão.

    Eu sei bem o que é isso, eu vivo isso desde quandi nasci, meu pai nunca me elogiou até hoje, nunca disse que tem orgulho de mim, mas quando eu erro ou falho em alguma coisa, as primeiras palavras sempre são críticas, "você não acerta nunca", "sempre fazendo as coisas erradas", "vou desistir de você, você é igualzinho a sua mãe, sempre será assim, um grande errante".

    Fui crescendo ouvindo estas palavras, hoje faço faculdade de psicologia e fico atônito de como eu não desenvolvi uma depressão ou uma fobia.

    No final de 2008 eu aceitei Jesus, desde ai minha vida melhorou 100%, lá sempre recebo palavras abençoadas como por exemplo:

    - Deus é contigo, você é mais que vencedor!

    - As pessoas podem não enxergar suas qualidades, mas Deus enxerga, Ele conhece o seu coração, Ele te ama do jeitinho que voce é.

    Entre outras!

    Quando estou triste, vou leio a Biblia e Deus sempre me revela um versículo me consolando e mostrando o quanto sou importante para Ele.

    Para muitos ser crente é loucura, mas para mim esta sendo a própria essencia da vida.

    Parabéns pelo artigo, e pelo blog !

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  3. Você está certa. Todos nós temos o conhecimento disso, porém são poucos os que têm a humildade de admitir. Isso faz de você nobre.
    Adorei o texto e a emotividade dele.
    Virei seguidora :)
    Darei sempre uma passadinha por aqui.
    Um abraço, querida.

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  4. Olá minha linda e querida Denize,

    Texto maravilhoso! Parabéns! É um presente valoroso para iniciarmos o novo ano.

    Aos humilfes será dada a glória da nobreza.
    Feliz 2010!
    Carinhoso e fraterno abraço,
    Lilian

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  5. Denize,

    Compreendo o teu ponto de vista, embora não concorde totalmente com ele. Humilhar nunca. É uma atitude que repudio porque tento não a praticar. Agora, não concordo contigo quando dizes que ninguém erra por querer. Há quem o faça. Deliberadamente. Muitos comprometem nações inteiras. Assim como alguns, num campo de acção mais restrito, humilham deliberadamente os mais fracos, ou aqueles que julgam mais fracos, numa atitude arrogante e muitas vezes dissimulada.

    Beijos
    Luísa

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  6. Querida.. o ser humano precisa colocar erro nos outros para justificar os próprios erros!
    Mas a verdade é que eles não se justificam e sempre acabams vendo o erro que cometemos!
    Mas isto é do ser humano... quase um instinto de preservação, mas aqueles que são capazes de reconhecer o erro e aceitá-lo e assim mudar, estes são os racionais!
    Beijo enorme no coração

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  7. É tão dificil antes de jugarmos nos colocarmos no lugar do outro...

    “Compaixão (do latim compassione) pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem; não deve ser confundida com empatia. A compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outra pessoa, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem…”
    Feliz Ano Novo !
    Eninha

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  8. Concordo contigo Maria, quando dizes que é muito difícil aceitarmos críticas. Mas penso que existem críticas construtivas e críticas muito, mas muito destrutivas.

    Existem críticas que tem o franco objetivo de reerguer as pessoas, que mostram caminhos, que valorizam o que elas tem de melhor, que demonstram que os erros podem e devem ser consertados, que incentivam mudanças de comportamento, para que elas possam viver melhor. Na maioria das vezes, este tipo de crítica recebemos de pais, familiares e amigos amorosos, que visam nos orientar e que tentam evitar que tenhamos sofrimentos desnecessários.

    Mas existem as destrutivas. Que humilham e rebaixam as pessoas, que lhe dizem que você não tem mais jeito, que expõem as suas dificuldades e fraquezas para terceiros. Algumas pessoas parecem que acreditam que para se destacar, precisam diminuir os outros, ainda não descobriram que não existe a menor necessidade disso. Se alguém é bom em alguma coisa, é porque tem méritos, não é bom apenas porque o outro é pior.

    Quem já foi alvo de críticas destrutivas precisa ter uma boa auto-estima, senão fica difícil não acabar se deprimindo. Falo por experiência própria. Conheci de perto os dois tipos.

    Mas como tu disseste, tudo faz parte das nossas imperfeições, pouco a pouco, vamos revendo conceitos e avançando...

    Viu o que tu fizeste? Acabei me empolgando e quase fiz outro post...rs

    Tenha uma linda Virada de Ano, minha querida amiga! Com muita Paz, Saúde e Prosperidade!

    Tu sabes que tens uma fã, aqui!

    Bjs no coração!

    Denize

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  9. Interessantte,

    Posso imaginar as dificuldades que você teve que enfrentar, pelo seu relato.

    Mas será que você pode encontrar espaço no seu coração para o perdão? Agressividade normalmente esconde muito medo e insegurança por parte de quem a pratica.

    Conheci casos de pessoas que viveram o mesmo problema. Parece que esse tipo de coisa cria um círculo vicioso. Você convive com críticas destrutivas na infância e quando percebe, está fazendo isso com seus filhos também. Não sei se esse é o caso do seu pai, se ele também teve que conviver com isso quando criança. Penso que alguém em algum momento tem que interromper este processo.

    Pelo que pude observar, você está de parabéns! Está conseguindo utilizar as críticas recebidas como tranpolim para melhorar como pessoa, em todos os sentidos. Há que ser forte para se conseguir isso. Como você disse, algumas pessoas não tem essa força, e acabam sucumbindo as depressões e aos medos.

    Você encontrou sua religiosidade e com ela encontrou a Paz? Fico feliz por você! Embora acredite que a Religiosidade não afaste "nossas cruzes", torna o fardo bem mais leve!

    Me emocionei com seu comentário! Tenho certeza que se você deixar sua luz brilhar, esquecer as mágoas, realizará todos os seus sonhos e será muito feliz! O mais difícil você já fez, que é descobrir sua capacidade e sua força!

    Obrigada por participar aqui.

    Tenha um maravilhoso 2010!

    Grande Abraço

    Denize

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  10. Parece que partilhamos a mesma opinião sobre este tema, Vanessa! Mas reconheço que é difícil evitar julgamentos precipitados. Sempre será mais fácil apontarmos o dedo para os outros, como se fôssemos melhores do que eles, esquecendo que ainda carregamos muitas imperfeições a serem melhoradas...

    Obrigada por seguir e participar aqui.

    Bjs

    Denize

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  11. Obrigada, Lilian! Gostei da sua colocação. Sou fã da Humildade! Tive o privilégio de conhecer algumas pessoas maravilhosas que tinham todos os motivos para ostentar suas qualidades, mas eram de uma humildade impressionante. Não se achavam merecedoras de um simples elogio...

    Bjs

    Denize

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  12. Luísa, sempre acho muito interessantes os novos e inteligentes enfoques que trazes nos teus comentários.

    Mas concordo contigo até um certo ponto. Também penso que algumas pessoas fazem mesmo tudo o que você citou. Mas acho que elas fazem isso pensando ser a melhor atitude, a que traz mais vantagens.

    É difícil para mim falar dos outros, já que não conheço suas trajetórias e motivos. Mas posso falar de mim. Muitas vezes defendi pontos de vista que me pareciam verdades absolutas e que a vida se encarregou de me mostrar que estavam equivocados.

    Já tomei atitudes pensando serem as mais corretas, para depois descobrir que existiam alternativas bem melhores e as que escolhi, não trouxeram resultados satisfatórios.

    Por imaturidade, medo, orgulho, instinto de defesa, ou seja lá o que for, já fui cruel com algumas pessoas, pensando estar exercendo um legítimo direito de defesa. Se fosse elencar aqui todos os meus defeitos e tudo que já aprendi e pude rever nesta vida, esta resposta ficaria enorme.

    Então comecei a analisar que agimos conforme nosso grau de maturidade e entendimento. Penso que a pessoa que lesa, fere, engana, maltrata, etc, assim o faz porque ainda não descobriu que existem outros métodos para atingir seu objetivo que é igual ao de todos nós: encontrar a felicidade. E ela não tem idéia do retorno que vai ter, como colheita dessa plantação equivocada que insiste em realizar. Por que não tenho dúvida, o aprendizado vem para todos nós.

    Então, a partir dessa premissa, minha compreensão e compaixão se tornaram mais abrangentes. Isso, aliado aos meus incontáveis defeitos, faz com que não me sinta com as credenciais necessárias para julgar quem quer que seja, embora ainda julgue muitas vezes. Algumas coisas para mim, vão tão de encontro à minha natureza, que ainda me parecem imperdoáveis.

    Mas respeito e muito, tua opinião, naquilo que discordamos.

    Luísa, olhe o que você fez. Já me empolguei... Quase outro post aqui de novo...rs.

    Esta é a minha última postagem deste ano!

    A minha primeira postagem de 2010 será de humor, com certeza, para compensar esta aqui..rs

    Muitos Beijos!

    Denize

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  13. Concordo com você, Valéria! Também penso que, quando nos voltamos para os defeitos alheios, fazemos isso por causa de alguma espécie de instinto de preservação equivocado, um certo senso de defesa...

    Mas também penso que mais cedo ou mais tarde teremos que confrontar nossas próprias dificuldades, e acabaremos percebendo que não somos melhores que nossos semelhantes, e então nos perguntaremos, como julgar?

    Bjs

    Denize

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  14. Oi Eninha!

    Achei linda a sua definição de Compaixão!

    E concordo com você que é muito difícil conseguirmos nos colocar no lugar dos outros, centrados como sempre estamos em nós mesmos! Mas penso que se fizéssemos isso, talvez não jugássemos tanto...

    Obrigada por participar aqui.

    Abs

    Denize

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  15. A compaixão é um ato de amor ao proximo. Muitas vezes mal interpretada, e mal dirigida tambem. Está nas formas de tratamentos gentis com os semelhantes, especialmente quem precisa disso.
    O espírito de quem sabe se doar é a busca incessante de ajudar àqueles pelos quais se compadece. Ela é diferente de outras maneiras comportamentais, pois é um ato solidário e altruista.

    Eu sou uma pessoa que constantemente me doo, devo dizer, muitas vezes me decepciono profundamente, não por querer algo em troca, isso jamais, mais por sentir a inveja e traições.

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  16. Saudações!
    Que Post Fantástico!

    Amiga Denize, todos cometem deslizes, porém, são poucos os que têm a coragem de assumi-los, e em especial publicamente. Ao ler o seu texto, confesso que não me surpreendi, suas posições são decentes e ao fazer o presente desabafo você esta demonstrando de forma inequívoca o bom caráter que possui.
    Agora, é importante registrar que muitos cometem graves erros propositadamente com a verdadeira intenção de prejudicar quem estiver próximo ou por puro prazer e capricho. Abusam e tripudiam principalmente se perceberem que a pessoa está ou é vulnerável. Eu já conheci pessoas assim e que chegaram a me dizer que isso era muito mais que um prazer.
    Parabéns pelo brilhante Post!
    Abraços,
    LISON.

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  17. Concordo com a sua linda definição de Compaixão, Sis. E sei que é triste quando somos alvos de invejas e traições... Acho que o desafio para mim tem sido tornar minha compaixão mais abrangente, e fazer com que ela alcance estas pessoas que tomam tais atitudes, embora reconheça ser quase impossível. Perdoar já é difícil, imagina a gente conseguir se compadecer... Mas penso que quanto mais mergulhados no erro estamos, mais chances temos de aprender pela dor e não pelo amor, consequentemente nos tornaremos cedo ou tarde, mais necessitados de compaixão...

    Bjs

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  18. Lison amigo! Não é à toa que esta postagem recebeu tantos votos. Só comentários maravilhosos por aqui.

    Mas pelo que pude perceber, você partilha a opinião da Luísa, que rendeu um belo Debate do Bem por aqui.

    Como disse a ela, concordo plenamente que algumas pessoas parecem ter verdadeiro prazer em cometer atrocidades. E nesses casos extremos, a compaixão some. Mas eu te pergunto: essas pessoas são verdadeiramente felizes?

    Eu não posso deixar de lembrar, um Doce e Compassivo Mestre que veio nos ensinar, perguntando:

    Quem se habilita a atirar a primeira pedra?

    Eu com certeza, não me sinto nem um pouco habilitada.

    Parece que não conseguimos aprender tão linda lição. A verdade é que muitas vezes, tenho a impressão de que caminhamos pela vida com os bolsos repletos de pedras, sempre prontos a atirá-las na menor oportunidade.

    Não tenho dúvida que estou muito longe de praticar um verdadeiro perdão e uma verdadeira compaixão. Simplesmente não resisto em atirar minhas pedrinhas, de vez em quando. Mas tenho plena convicção de que isto não faz o menor sentido. E acabo voltando à minha pergunta recorrente: quem sou eu para julgar? Eu, que já me senti tão necessitada de perdão e compaixão, algumas vezes...

    Acabo de me empolgar com mais uma resposta a um comentário de novo...rs. Mas esse tema realmente dá margem a reflexões...

    Obrigada amigo, por vir abrilhantar esta singela postagem com suas opiniões sempre lúcidas e oportunas.

    Grande abraço

    Denize

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