Blogueira Principiante: Completamente Perdida

Resolvi entrar nesta vida cruel de blogueira principiante. Principiante no que a palavra tem de mais puro e verdadeiro. Uma toupeira. Uma ignorante. Praticamente uma analfabeta nos meus conhecimentos sobre blogs em geral.


PRIMEIRAS DIFICULDADES

A primeira coisa que um blogueiro deve ter, imaginei, é um computador para utilizar. Isto não seria problema, avaliei. Tenho um computador do tempo dos dinossauros movido à válvula, que trava e empaca como uma mula, que desliga na minha cara, que reinicia na hora em que bem entende ou seja, no pior momento, mas que é como um carro velho, com o dono ele funciona.

A questão é que o pior ainda estava por vir. Só então me veio à lembrança de que tenho uma internet turbinadíssima de acesso discado (é, eu também acho, que pobreza!).

DESISTIR JAMAIS

O que vocês não sabem é que sou uma daquelas criaturas que o Criador dotou de uma persistência inesgotável e que quando põe uma idiotice na cachola não há quem a tire. Realmente sou incansável na minha estupidez. E camicase - quanto mais obstáculos melhor. E porque não dizer intrépida. E... chega!

Mas vocês não têm idéia de quanta intrepidez é necessária para aprender uma coisa nova na internet com acesso discado, naquela velocidade alucinante com que cada página se abre, cochilando entre dois clics, querendo cortar os pulsos a cada busca inválida que resulta em páginas muitas vezes interessantes, mas que não tem nada a ver com o que se está procurando.

TENTANDO ENTENDER

Pobre de mim, que não sabia nada sobre blogs, pesquisando desesperadamente para entender o que é post, o que são tags, o que são feeds, e principalmente: o que significa blog mesmo? Quantos anos levei nisso? Não interessa!

O fato é que, depois de um esforço inacreditável (onde os mais destemidos teriam sucumbido) eu consegui criar um singelo blog. Olhei meu blog toda faceira, feliz da vida por finalmente possuir um mecanismo que torna possível que eu dissemine minhas idéias brilhantes. Criar o blog, para espanto meu, foi relativamente fácil, depois que consultei o Google e este me aconselhou a utilizar sites que permitem a criação de blogs pré-formatados. Mas como tenho mania de grandeza, terei que aprender html para poder deixar meu blog mais turbinado e mais a minha cara.

AGORA É SÓ DIVULGAR...

Uma vez cumprida esta etapa, que na minha ingenuidade bloguística pensei que fosse a mais terrível, passei para a fase de divulgação onde aí outra saga, odisséia, ou seja lá como for o nome que pode ser dado a isso, começou.

Pensei comigo mesma, de que adianta publicar textos magníficos, interessantíssimos e porque não dizer sensacionais (estou precisando baixar minha auto-estima urgentemente), se eles só serão lidos por meia–dúzia de gatos pingados?

Foi aí então que o Google me apresentou os Sites de Divulgação de Blogs. Acreditei, como afirmam as Organizações Tabajara, que meus problemas tinham acabado. Só que, embora estes sites sejam, até onde pude ver, um excelente meio de desencalhar os blogs, a luta contra a minha inexperiência tornou-se mais acirrada. Acontece que.... Mas isto merece um capítulo à parte.

VISITAS - CADÊ TODO MUNDO?

Espero que este texto seja interessante tanto para blogueiros principiantes que espero, serão solidários comigo, como para os mais experientes, que darão um sorriso superior e provavelmente pensarão consigo mesmos: tolinha... Mas, deixem-me situá-los.

Depois que consegui criar meu singelo blog, deduzi que a minha próxima dificuldade seria descobrir como fazer para divulgá-lo. Cheguei a conclusão que isto se resume a uma única palavra: VISITAS! Li em algum lugar que é muito feio um blogueiro ficar implorando visitas.

Lamento, mas terei que discordar. Feio é ter um blog cheio de textos espetaculares, completamente abandonado, cheirando a mofo e criando teias de aranha (como um castelo mal-assombrado). Li também que a qualidade dos leitores é mais importante que a quantidade. Neste caso, até concordo, mas em parte. Quando a quantidade cai a zero, ela passa a afetar diretamente a qualidade. Portanto, quero visitas!

Primeiramente, lembrei dos amigos, sim, a meia-dúzia de gatos pingados a qual me referi no primeiro texto. Como fiquei um bom tempo fora da internet (adivinhem por que – meu computador pré-histórico teve que ser internado para tratamento intensivo, tendo sido quase definitivamente desenganado pelos especialistas), ainda não consegui localizar todos os meus contatos.

UM SEGREDO

Agora atenção: vou revelar um segredo: se vocês olharem para o contador de visitas do meu blog, poderão até pensar que a situação não está tão ruim assim, principalmente levando-se em consideração que comecei agora com isso. Mas sou obrigada a confessar: o visitante mais assíduo do meu blog sou eu mesma!

Não, não pense mal de mim. Não é que eu esteja tentando ludibriar os leitores mostrando uma quantidade de visitas falsa, não sou dada a falcatruas e engodos, sou irredutivelmente íntegra e honesta.

A verdade é que, como estava aprendendo esta coisa, toda vez que eu alterava o texto ou o lay-out do modelo, eu acessava o blog para espiar o resultado. Não é culpa minha que o contador pense que eu sou um alegre visitante e acrescente uma unidade no número controlado por ele.

Deveria ter uma maneira do contador ignorar o acesso do dono do blog, provavelmente tenha, mas eu infelizmente desconheço. E não preciso dizer que foi e ainda é necessário que eu faça incontáveis acessos.

Este texto ficou grande, eu sei, mas se você chegou até aqui, tente ir até o fim, agora falta pouco...

COMENTÁRIOS

Depois que percebi que eu era a visitante mais assídua do meu blog, e que meus queridos contatos e amigos não seriam suficientes para aumentar os acessos, descobri finalmente os sites de divulgação de blogs, através dos "buscas da vida", claro.

QUE COISA ESTRESSANTE!

Eu sempre me estresso quando faço uma pesquisa. Eu procuro alguma coisa na internet e caio numa página que tem um link interessante, dou um click no link e caio em outra página de um site também interessante.

Aí acesso outro link que me remete a outro site e assim sucessivamente até que 10 links depois eu verifico que estou entusiasticamente lendo sobre um assunto completamente diferente daquele que eu queria pesquisar, e que não faço mais a menor idéia que assunto era esse. Eu já sou dispersiva o suficiente sem que os buscadores me ajudem tanto.

Outra coisa que adoro fazer é clicar no link de uma página e abrir uma nova página. Só que quando eu quero retornar para a página onde eu estava antes eu clico no x e descubro perplexa que não só não voltei para a página que eu queria, como fechei o navegador e tenho que começar tudo de novo. Mas isso não vem ao caso. Nem sei porque estou contando isso.

QUEM NÃO QUER COMENTÁRIOS?

O que quero mesmo falar é sobre a importãncia dos comentários nos blogs. Uma vez que você começa a receber visitas, você começa a querer ler comentários sobre seus textos, já que, ter vistantes, não prova nada. Eles podem entrar no blog, dar uma espiada, e se não encontrarem textos de qualidade, que lhes toquem de alguma forma, provavelmente nunca mais voltarão.

Um texto sem comentários é como um cantor com platéia, mas sem aplausos ou vaias. Os aplausos incentivam, mas as vaias educam. Os comentários são tão importantes que podem nos ajudar a mudar de ramo, fechar o botequim, deixar de blogar e abrir uma floricultura por exemplo. Ou podem nos levar a querer melhorar cada vez mais, tanto a qualidade dos textos como o blog em geral.

ALGUNS MÉTODOS

Mas aí vem a questão de como obter os valiosos comentários: você pode tentar o método do troglodita: escreva em caixa alta, junto ao título do texto - pô meu, deixe de preguiça e deixe um comentário aí. Duvido que funcione, afinal, quem gosta de ser pressionado?

Tem também o método do carinhoso - oi fofinho, seja querido, deixe a sua opiniãozinha abaixo do meu texto. Também acho difícil que você se dê bem, se o fofinho estiver com pressa e não achar que seu texto vale à pena, ele abandonará carinhosamente seu blog.

Neste pouco tempo em que estive aprendendo sobre blogs, tenho observado o seguinte: Todos nós queremos visitas (inclusive os que juram que não). Afinal, se alguém quisesse escrever alguma coisa para si mesmo não precisaria usar a internet.

Mas a grande maioria de nós não quer ter o trabalho de ler obras alheias. Cadê a reciprocidade? Onde a beleza do intercâmbio? Temos na mão uma ótima ferramenta que nos permite acesso aos mais variados assuntos, que podem até nos servir de inspiração, e focamos simplesmente em gerar cada vez mais conteúdo e correr enlouquecidos atrás de popularidade.

Adoramos ler comentários sobre o que escrevemos, mas comentamos sobre o que os outros escrevem? Comentar exige esforço porque, além de termos que ler com profundidade, temos que refletir sobre o que lemos. Isso se quisermos ser um pouco originais e comentar algo mais do que simplesmente: achei legal.

Até porque comentários assim não se justificam, a maioria dos que publicam posts tem prazer em escrever . A verdade é que descobri que blogar e compartilhar são sinônimos, ou pelos menos deveriam ser.

E tenho notado também que comentários bem feitos geram visitas, afinal, se eu gostei do que você comentou provavelmente vou gostar também do que você escreveu no seu blog.

Estou com um ataque de seriedade terrível hoje. Devem ser os hormônios. Vou encerrar por aqui.

NOTA:

Este texto foi escrito lá no início e contém minhas primeiras impressões sobre a arte de blogar. Algumas coisas reavaliei, outras comprovei que fazem sentido.