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25 de outubro de 2009

Sem Tempo para Mudar...

Este vai para uma amiga. Ela me falou que gostaria de mudar. Mas que não tinha tempo para isso. E eu fiquei refletindo... Realmente nossa vida é uma correria louca. Em função disso, temos a tendência natural de adiarmos algumas decisões importantes para amanhã. Amanhã começaremos a ginástica, amanhã vamos parar de fumar, amanhã vamos dar mais atenção aos nossos filhos, amanhã vamos trabalhar menos, amanhã vamos cuidar mais de nós mesmos, amanhã enfim, seremos felizes.

O grande problema com o amanhã, é que, quando ele chega, não existe mais. Se transformou em hoje. Aí então, nos damos conta que o ontem já está fora do nosso alcance, e o amanhã é uma fantasia que pode nunca mais chegar.

E chegamos a conclusão que só temos de nosso o hoje, o aqui, o agora, em resumo, o presente. Presente este, que é uma verdadeira dádiva que a vida nós dá todos os dias e que nem lembramos de agradecer.

Tenho aprendido que mudar é uma arte. Primeiro precisamos querer mudar. De verdade. De coração. E isso só acontece quando repetimos indefinidamente comportamentos que não nos fazem bem, até enjoarmos deles.

Métodos iguais, resultados iguais, já dizia a ciência. Mas aí vem a pergunta que não quer calar: como mudar? Eu acredito que existem pelo menos duas formas: de uma vez só ou aos poucos.

Vamos tomar um exemplo: digamos que você é uma pessoa facilmente irritável, que fica agressiva quando é contrariada. Você quer mudar isso, afinal de contas, você já observou que este método de reagir não é dos melhores.

Afinal, irritação e agressividade, normalmente trazem como consequência, mais irritação e agressividade o que tende a agravar os problemas de relacionamento e não resolvem nada.

Então faço uma sugestão, quando você tiver vontade de mandar alguém para um lugar muito, muito distante mesmo, comece a mandar este alguém para um lugar mais perto.

Este lugar, aos poucos vai ficando tão perto que, daqui a algum tempo, você não terá vontade de mandar ninguém para lugar algum. No caso da mudança radical vou dar um exemplo pessoal.

Eu era muito tímida. Tímida mesmo. Praticamente um bicho do mato. Na escola eu quase morria, quando um professor fazia uma pergunta geral para a sala.

Às vezes, eu até sabia a resposta, mas o medo era tanto de ele me descobrir ali escondidinha e me mandar responder, que eu me encolhia tanto, tanto, a ponto de quase desaparecer embaixo da mesa. Falar com pessoas estranhas então, me faziam suar frio. Pedir uma informação na rua era impraticável.

Quando comecei a trabalhar, não falava com ninguém. Na hora do cafezinho, ficava pelos cantos, disfarçava, olhando pela janela, tentando desesperadamente passar despercebida.

Quando o chefe chegava perto, eu quase desmaiava. Começar um namoro, era outro problema. Fugia dos meninos, como o diabo foge da cruz. Até que um dia não aguentei mais.

Cheguei à conclusão que estava perdendo as excelentes oportunidades de felicidade que a vida tão prodigamente me proporcionava. E que provavelmente continuaria perdendo se continuasse nesta linha de atuação. Então mudei.

Como? Simplesmente passei a fazer o contrário do que costumava fazer. Comecei a puxar conversa com qualquer pessoa, em qualquer lugar. No supermercado, nas salas de espera, nos ônibus, na rua.

Quando o professor perguntava alguma coisa (eu trabalhava e estudava naquela época) passei a ser a primeira a levantar a mão, sabendo ou não a resposta.

Até que uma amiga me comentou que nunca tinha visto uma pessoa mudar tanto em tão pouco tempo. Então eu soube que tinha conseguido. E eu que tinha inveja dos desinibidos do mundo, não precisava mais ter.

E quem me conheceu depois da transformação, não consegue acreditar que alguma vez na vida eu tenha sido tímida. Nem eu consigo mais acreditar nisso. Mas se eu dissesse que foi fácil, estaria mentindo. Passei por esta fase, com o coração na boca.

Só não infartei, porque não tinha problema cardíaco, graças a Deus. E travei uma luta tremenda comigo mesma. Mas posso assegurar, que é o tipo de luta que vale a pena.

Você também pode mudar. Abandonar certos padrões de comportamento que não lhe fazem bem. E você não precisa de tempo ocioso para fazer isso.

As batalhas diárias que a vida nos traz, são oportunidades abençoadas para testarmos nossos limites e vencer nossas fraquezas. Estas oportunidades surgem, por exemplo, através de uma situação complicada, um amigo chato, um irmão problemático.

Vire este jogo! Quando for gritar, fale calmamente, quando for agredir, compreenda, quando for bater, acaricie, quando for chorar de raiva, sorria, e o mais difícil, quando for magoada ou injustiçada, perdoe. Mas não desista.

Deixe sua luz interior brilhar! Você pode! E só querer e não desistir nunca. Eu também continuo tentando, ainda tenho muitas e muitas batalhas pela frente. E não esqueça! Sejamos felizes agora!

6 comentários:

  1. Denize!
    Ri muito do teu post, que é sério, mas não pude aguentar porque fui igual! Parece que tava me olhando no espelho! Rrsrsrsr! Hoje falo com todo mundo, conhecido ou desconhecido. Meu filho volta e meia diz: "mãe, como tu conhece gente né?". E eu não conheço metade dessas pessoas! Rsrsr!
    Mudar gera angústia diante do novo, mas também muuuito prazer! Eu sou a rainha da mudança! Será que sou a mulher-instabilidade? Rsrsr! Ai...
    Bjão!

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  2. Olá Denize,

    Ótimos pensamentos!
    Sem dúvida mudar é necessário, e para isso é preciso disponibilizarmos tempo, principalmente para a reflexão.

    O pior é que conheço muitos que acham que não há mudança... só depende de cada um perceber que é necessária a mudança, e muita disciplina!

    Ótimo post!

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  3. Ótimo post Denize.
    S. Agostinho já dizia no séc. IV que se a pessoa deseja mudar de vida não deve deixar para amanhã: "Não haverá jamais um amanhã a não ser que exista um hoje".
    O que vc disse é algo simples, no entanto, muito importante: "precisamos querer mudar". Muitas vezes só "dizemos" mais no fundo não "queremos" verdadeiramente sair da nossa zona de segurança em busca de novas atitudes, que realmente irão exigir de nós uma "tremenda luta".

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  4. Claudinha, somos muito parecidas mesmo! Eu também adoro mudança! Inclusive de casa mesmo. E adoro inclusive aquela bagunça que fica, quando a gente não encontra mais nada...rs. Quanto a timidez, tem gente que diz que mudei demais e exagerei. Saí da mudez total para a tagarelice completa...rsrs Bjs Denize

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  5. É verdade, Yuri. Mudar é mesmo uma necessidade. A vida é dinâmica. E realmente requer vontade e esforço da nossa parte. Obrigada! Abs Denize

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  6. Sábias palavras, Duas Asas! Mudar é realmente, se lançar ao desconhecido. E muitas vezes nos acomodamos. Sempre me impressiono com a capacidade humana de acomodação, mesmo que seja a uma situação ruim. Abs Denize

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