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28 de abril de 2011

Oba! Hoje Tenho Hora no Dentista!

Pense comigo, você acorda pela manhã e a primeira coisa que lembra é que tem uma hora marcada com seu Dentista. Então pensa consigo mesmo: Oba! – Oba??? Você conhece alguém que diga Oba por esse motivo? Pois é, nem eu...

O dia de fazer uma visitinha ao Dentista é um dia complicado para mim. Fico tensa até a hora chegar. Quando a hora chega fico mais tensa ainda.

Se vou fazer uma revisão, tenho que lutar comigo mesma e ficar longe do telefone para não sucumbir a tentação de desmarcar. Às vezes chego a ligar, mas quando ouço a voz da recepcionista fico com vergonha e desligo. Eles não devem entender essas ligações em que a pessoa que liga fica muda, mas enfim... Quando estou com dor de dente, aí tudo bem, não penso duas vezes.

Tenho uma teoria sem sentido que diz que ir ao dentista com dor de dente e sair de lá sem dor é lógico. Mas o contrário, chegar sem dor e sair de lá com um dente dolorido porque ele descobriu alguma coisa para fazer, é triste.

Claro que isso é uma bobagem, devemos fazer sempre revisões frequentes, assim o tratamento se torna menos doloroso já que você trata as cáries no início. Não tenho dúvidas que se os dentistas não existissem, nosso sorriso e nossa saúde ficariam seriamente prejudicados. O difícil é lembrar dessas verdades na hora da visita.

Então chega a hora fatal. Respiro fundo e lá vou eu. Mas a medida que me aproximo, não consigo evitar de manter a esperança: quem sabe ele teve que sair e eu não vou encontrar ninguém. Ou quem sabe nem veio trabalhar hoje.

Nunca funciona, ele sempre está lá sorridente. Claro que ele sorri, não vai ser ele que vai sentar naquela confortável cadeira... Aí sento numa salinha e espero minha vez bem comportada. Tento ler algumas revistas, mas só passo os olhos. De vez em quando olho para a porta que me levará ao meu destino.

E eu, que sempre tento conversar com as pessoas em qualquer lugar, fico ali muda, respondendo com monossílabos a quem se atreve a me perguntar alguma coisa.

Então chega finalmente a minha vez. Não sei se sinto tristeza ou alívio. Entro no consultório e olho para a cadeira. Fico olhando sem coragem de me aproximar.

O dentista me pergunta: - tudo bem? Até agora estava - fico com vontade de responder. O máximo que consigo dizer é: - oi. Normalmente eles são bastante comunicativos. E eu, que gosto tanto de um bom bate-papo fico até com raiva. Não consigo nem responder e muito menos entender tamanha simpatia.

Então sento naquela maravilha de cadeira. Seguro os braços da cadeira com tanta força, que as mãos chegam a ficar brancas. Aí ele chega com aqueles lindos instrumentos para examinar meus dentes e eu fecho os olhos, tentando pensar em outra coisa.

Conheci um dentista que colocava nessa hora uma musiquinha que me lembrava não sei porque, aquelas de filme de terror.

Também acho muito legal  o som daquele instrumento cujo barulho lembra uma furadeira em tamanho reduzido. Só de ouvir o barulho meu dente dói. Sem falar naquele pequeno cabo de guarda-chuva que fica pendurado. Não é ótimo aquilo?

Conheci outro que conversava com a gente o tempo todo, provavelmente para distrair, e chegava a fazer perguntas. O que não adiantava nada, porque realmente é impossível falar com a boca aberta. Para mim só aumentava a agonia, mas com esforço conseguia emitir alguns grunidos para participar.

Tinha mais um que começava a trabalhar no dente e então desaparecia. Você ficava ali, com a boca aberta, sem poder chamar, sem saber se já podia fechá-la, por um tempo que parecia interminável.

Uma vez, não aguentei e fui atrás do jeito que estava. Fui descobri-lo conversando com a recepcionista. Os outros pacientes não entenderam nada. Ele me mandou de volta para a cadeira e ficou bravo. E eu nem pude reagir.

Quando era bem pequena mordi o dedo do dentista. Ele contou para os meus pais e levei uma bronca daquelas. Tentei alegar legítima defesa, mas ninguém quis saber dos meus argumentos. Nunca mais fiz isso, claro.

Até que finalmente você ouve a frase mais melodiosa do mundo: acabou, pode sair. Fico com vontade de cantar. Só não consigo sorrir por causa da anestesia. Mas por dentro, fico dando gargalhadas.

Claro que tudo isso é um exagero. Afinal, tenho certeza que você adora ir ao dentista. Ou será que não?

Esse é um texto de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

31 comentários:

  1. Texto de ficção? Até a parte em que você não gosta de dentista, não gosta do barulho da mini-furadeira e tenta desmarcar para não ir... isso é tudo real! Mas só que é comigo, rsrsrs.

    Eu vou na dentista com certa frequência, mas sempre falo com ela: gosto muito de você, mas gostaria de vir aqui só para te visitar, sem o compromisso de sentar na cadeira, kkkkkkk.

    Mas fazer o quê, né? Vamos dizer que é um mal necessário.

    Mais um belo post, parabéns!
    Abraços.

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  2. Denize muito bom,morro de medo de dentistas,também tive um dentista que falava muito e fazia perguntas e pior que ele ficava esperando minhas respostas,na maioria das vezes apontava pra minha boca,sinalizando que não tinha jeito de responder,ele assentia com a cabeça e continuava a conversar.

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  3. Olá amiga Denize.
    Adorei o texto... ri muito.
    Tive um dentista que ficava cantando durante toda consulta... não sei se era pior o barulho da broca ou ele cantando... ah! coitadinho... até fiquei com pena dele agora, mas a voz dele não ajudava (acredite).
    Grande abraço, Fernandez.

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  4. Denize minha dentista tinha uma pintura presa no teto... até que era legal ficar examinando aquilo enquanto a tortura acontecia...rs

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  5. Ficção???? dúvida que exista um ser humano na fase desta terra que goste de ir ao dentista... tá pode ser que nao tenha pânico, mas que não gosta não gosta!
    Adorei.... como sempre, retrata a realidade como ela é!
    Beijo no coração

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  6. Olá amiga Denise, excelente texto. Detexto ir ao dentista e também todos aqueles aparelhos. Meu dentista fica o tempo todo conversando e contando piadas, eu fico enguiando quase o tempo todo. Você é mais corajosa do que eu, quando entro na sala ele já sabe que tem que demorar um pouco pois fico muito tensa.

    Bjão.

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  7. ri muito agora, Denize!
    É bem assim mesmo. Tive um dentista que ao me ouvir gemer, porque a anestesia demorou a pegar, disse que "ele", não estava sentindo nada! Nem precisa dizer, o que fiquei com vontade de fazer, não é? E da outra vez, me deu tanta anestesia, que meu nariz ficou amortecido e eu tive a impressão que não ia respirar!
    Também, porque fui voltar no mesmo ?!
    Ah, já estou de "contador" de visitas novinho, lá ! Tão novo que ninguém usou ainda rsrsrs.. que fácil! Também, qdo a professora é boa...obrigada, viu?
    Beijo, Vera.

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  8. Saudações!
    Que Post Fantástico!
    Amiga DENIZE, esse é mais um texto que nos encanta, e o melhor, passamos a ter um pouco mais de coragem de enfrentar a fera, furadeira, injeções e alicates.
    Achei hiper interessante é que você ainda ensaiou levantar a tese de legítima defesa. KKKKKKKKKKK
    Parabéns por mais um magnífico Post!
    Abraços,
    LISON.

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  9. Já sofri muito com dor de dente. Quando eu era menino, os dentistas não usavam dar anestesia para fazer a obturação das cáries, não. Era na raça, mesmo. Colocavam algodão em torno do dente e, na hora da dor, eu mexia, o algodão se enrolava na broca e o dentista ficava furioso comigo. Era uma tragédia. Hoje está tudo diferente. Ninguém precisa ter medo de ir ao dentista. O tratamento geralmente não traz nenhuma dor.
    Gostei muito do texto.
    Um abraço
    João

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  10. kkkkkkkkk..dando pala de rir aqui Denize..
    Miga texto de ficção ou não essa é a realidade de muitos. Te confesso uma coisa sou irmã de dentista , já trabalhei com ela e me traumatizei por esse motivo..kkkk Só vou lá mesmo em último caso e pra revisão..rs
    Adorei o post miga.
    Beijos
    Márcia Canêdo

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  11. Denize eu também morroooooooo de medo de dentista! Odeio! Fiquei mais de 10 anos sem ir ao dentista! rs
    A minha sorte é que eu não tenho nenhum problema, nesse quisito sou muito sortuda! Nunca tive cárie, no máximo que fiz no dentista foi limpeza e só!
    Ainda bem que eu consigo escapar... coitada de você! rs
    Mas é bem assim que acontece!

    Adorei, como sempre morro de rir!

    Beijos no coração!
    Ju

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  12. Bacana teu blog!

    A ficção foi descrita com tanta realidade que fica fácil não perceber a diferença elas... kkk

    ^-^

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  13. Rodrigo Eduardo Giaretaquinta-feira, 22 julho, 2010

    Me desculpem, mas hoje só sofre em dentista se o profissional não é competente, na realidade até uns 15 anos atrás os dentistas não tinham muita preocupação em relação aos sentimentos dos pacientes, aí criaram-se traumas que povoam a mente dos pacientes até os dias atuais, mas tudo melhorou de 20 anos pra cá, hoje temos esteiras de massagem na cadeira (a minha clínica tem) o anestésico é mais potente e menos traumático pq as agulhas estão muito finas, e tbm depende da mão do profisional, além das longas conversas antes do início do tratamento deisando o paciente muito mais tanquilo. Claro que entendo bem as paranóias dos pacientes, mas pelo menos eu peguei a manha pra deixar os meus pacientes muito mais tranquilos na cadeira. ;)

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  14. Oi Iuri, não é texto de ficção?...rsrs.

    Tá certo, é apenas um texto bem-humorado sobre um medo muitas vezes incoerente, mas que parece ser compartilhado entre a maioria das pessoas, né?

    E você tem razão, ainda que não seja uma das coisas mais agradáveis, a visita ao dentista é muito necessária. É uma questão de saúde.

    Bjs

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  15. Oi Sumie, cheguei a conclusão que esta técnica da conversa, onde o dentista sabe que não podemos responder é uma tentativa de nos fazer pensar em outras coisas e permitir menos tensão.

    No meu caso não resolve muito, mas até funciona em alguns momentos.

    Bjs

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  16. Oi Fernandez, tive um dentista que usava esta "técnica" do seu. Mas até que fncionava como distração, cantava muito alto, não tinha como não prestar atenção...rs.

    Bjs

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  17. Oi Leila, acho que toda a distração é bem-vinda nesta hora, né? E "tortura" é ótimo...rs.

    Bjs

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  18. Oi Valéria, você também não concorda que é ficção?...rs. E também, como você, não conheço ninguém que goste, mas também não conheço ninguém que não faça as visitas necessárias. A gente sabe que é importante, né?

    Bjs

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  19. Oi Claudine, bem que eu gostaria de ser mais corajosa nessa hora... Mas o "frio na barriga" me acompanha, não tem jeito...

    Bjs

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  20. Oi Vera, dou Graças a Deus pela anestesia. Nem me incomodo com o "nariz dormente" quando acontece... E você tem razão, a gente sempre volta, até porque não tem outro jeito, é uma questão de saúde.

    Bjs

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  21. Oi Lison, só você mesmo! É impressionante! Não lhe escapa nenhum detalhe dos textos! Mas você viu que a minha alegação foi rejeitada por unanimidade...rs.

    Abs

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  22. Oi João,

    Nossa, se não existisse anestesia não sei o que seria de mim. E você tem razão, se comparado a essa época que você citou, hoje em dia o tratamento é praticamente indolor.

    Abs

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  23. Oi Márcia, irmã de dentista? E já trabalhou com ela? Então você já pode acompanhar algumas coisas que citei no texto... Inclusive o nervosismo sem sentido...

    Bjs

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  24. Oi Ju. você é muito sortuda mesmo! Fiquei até com inveja, agora!...rs.

    Bjs

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  25. Oi Laise, obrigada! Quase não dá para notar a diferença entre a ficção e a realidade, né?...rs.

    Bjs

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  26. Oi Rodrigo, como você pode ver, este texto é apenas um relato bem-humorado sobre esse medo quase "insano" que muitos de nós ainda tem.

    Mas você tem toda razão no seu comentário e é notória a tentativa dos dentistas hoje em dia em tentar acalmar os pacientes.

    Tudo o que você citou em termos de melhorias eu já pude comprovar, mas não sei porque até hoje não consegui superar isso...

    Obrigada por participar aqui.

    Abs

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  27. Oi Denize

    Para falar a verdade eu até que gosto de ir ao dentista, pois hoje em dia não é mais como antigamente. Certa época, eles não davam anestesia e a coisa ia na raça mesmo. Mas o motivo que me deixa mais contente mesmo, é que quando vou ao dentista é sinal que consegui juntar um pouquinho de grana para poder investir neste bem precioso. Infelizmente não é sempre que isto acontece e a maioria não tem esta sorte!!!

    Abraços
    Balaio Variado

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  28. Olha ,estou aqui morrendo de rir.Mais ainda por minha irmã(dentista)vai adorar ler seu texto.rsrsrs....
    Ela diz que fujo do consultório dela.e é verdade ,fujo o quanto posso.Meu filho é muito mais corajoso que eu,e olha que ele só tem 5 anos.
    Quando pequena mordi muuuuitas vezes no dedo do dentista.kkkkkk...
    Mas agora não mais,minha irmã aguenta meus chiliques.
    Vou mandar pra ela,depois te conto.
    Beijos.

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  29. Olá queridíssima !!!

    Adorei o texto, me identifiquei totalmente !! hehehe
    Bom, eu acho que passei metade da vida no dentista kkkk Porque logo pra iniciar as sessões de tortura tive que extrair 4 cisos, com medo de ficar traumatizada e nunca mais voltar decidi que tiraria os 4 de uma só vez.... que bela decisão !!! fiquei uma semana tomando sopa e com bochechas gigantescas, isso lógico, sem falar da dor... e do procedimento que é horroroso !! nem sei descrever !!!
    Tive que fazer isso para colocar aparelho... e quando se coloca aparelho, seu dentista é a pessoa que você mais vê na sua vida ! Toda semana tem que ir lá "apertar", trocar borrachinhas... quando você pára de sentir dor e começa a conseguir comer normalmente.... é dia de consulta !!! affff
    Também tive uma experiência maravilhosa que foi fazer um canal... mas a dor era tanta que quando vi a broca, quase consegui ficar feliz !! hahaha
    Mesmo sendo praticamente da família, não gosto de dentistas e suas parafernálias... Mas fazer o que né rsrs

    Adorei !!
    Um super beijooo

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  30. Denise não disse que minha irmã ia gostar.
    Olha só o que ela falou:
    Eloisa,

    Adorei o texto sobre dentista. Ri muito. Tentei postar um comentario mas deu erro 2 vezes e acabei desistindo.
    Bjsssssssss
    Nancy

    Beijos.

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  31. Olá Denise! apesar de ser academico de odontologia, gostei muito do texto, dei muitas risadas... também ja passei por muitas experiencias desagradáveis no consultorio odontologico. Acredito que toda vez que for atender um paciente, vou lembrar do seu texto e ele vai me ajudar a nao cometer tais erros e ainda, procurar medidas que deixe os pacientes mais confiantes. Acredito que a modernizaçao da odontologia, somada à habilidade do bom profissional, tem diminuido muito o medo das pessoas em tratamentos odontologicos.

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