A Dor de uma Coleira Vazia: Você Conhece Essa Saudade?

Encerro aqui a saga que começou em Cachorradinhas e se complementou em Meu Cachorro não me Entende!.

Começo este texto com uma confissão: sempre achei meio ridículo quando observava alguém falar com seu animal doméstico: fofinho da mamãe ou do papai, sei lá...

Até que um dia me peguei dizendo: o bubuzinho lindo da mamãe! Bubuzinho? De onde tirei essa insanidade? Mas foi bem-feito! A boca fala e o..., enfim.

Exageros à parte, posso até tentar entender quem, por qualquer razão, não goste de bichinhos de estimação e que fique perplexo diante do afeto recíproco que une um cachorrinho ou um gatinho ao seu dono. Mas é impossível aceitar que alguém maltrate essas doces criaturas, cujo amor incondicional poderia servir de exemplo aos seres que se consideram racionais, trazendo no coração tantos ressentimentos e mágoas.

E então aconteceu o pior. Um descuido, um portão aberto, até hoje não se sabe se atropelado ou envenenado e pronto! Nunca mais os latidos alegres e festivos ao chegar em casa. Nunca mais aquele olhar com um pedido mudo de carinho. Mais nenhum sapato destruído. Uma bolinha abandonada. No canto, um pratinho sem ração. E na hora do passeio, uma coleira vazia e uma imensa dor no coração. Só entende quem já passou por isso.

Quero crer que toda criança deveria, na medida do possível, ter algum contato com animais de estimação. Assim desde cedo perceberia que eles amam, sofrem, se alegram e precisam ser protegidos, jamais maltratados. São seres vivos, da melhor qualidade.

Mas a vida continua, e eis que surge o Pipoca, agora com cuidados redobrados. E de volta para Cachorradinhas. Pois se é verdade que afetos não podem ser substituídos, também é verdade que eles podem e devem ser acumulados.

E... Pipoca, volte aqui com o meu chinelo! Ó Céus! Ele também não me entende!

E você, conhece essa saudade?